terça-feira, 24 de agosto de 2010

No castelo escocês...

O clima era muito festivo no castelo escocês. De um lado, vinham os garçons com empadinhas e whisky; do outro, a orquestra tocava todas as sinfonias de Beethoven em um tom abaixo da voz humana, para que se pudesse conversar. Os convidados ficavam ao meio, comendo as empadinhas, tomando o whisky e ouvindo o Beethoven.

O assunto da conversa não poderia ser outro: Highlander. As moças comentavam como eram atraentes aquelas barbas. Elas não diziam, mas seus olhares mostravam que se sentiam atraídas até pelos pêlos anais deste grande guerreiro. Ao contrário do que se poderia supor, os homens não sentiam inveja. Pelo contrário, eles até incentivavam que as próprias esposas admirassem o mais notável escocês de todos os tempos.

Neste exato momento, Highlander entrou no castelo. Todos olharam para ele com algum espanto. A matriarca bradou a plenos pulmões:

- Caramba, Highlander! Estávamos todos falando de você. Você não morre mais, hein?

Todos se entreolharam, mas ninguém ousou rir de tão profundas palavras.

domingo, 1 de agosto de 2010

Uma observação

Interrompo o silêncio deste blog para fazer apenas uma observação:

- Como são felizes, os publicitários!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O trabalho que um blog dá

Se você soubesse do trabalho que um blog proporciona a seu criador, talvez nunca lesse blogs. Ler blog é que nem comprar produto importado da China. Ora, você sabe que aquilo é produto de mão de obra escrava. E mesmo assim consome.

Eu falo isso pelos outros, porque ganho uma fortuna com este blog.

sábado, 3 de julho de 2010

Uma opinião.


Se eu fosse você, entraria no blog Eu não sou mané, Garrincha! Parece que lá está mais movimentado do que cá.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Primeiras Estórias Póstumas de Brás Cubas

Eu tinha parado de fazer isso. Mas tem horas que meu ego cobra-me a atenção, e é preciso tomar providências. Eu conheci um homem que não agradava o ego, e não aconteceu nada com ele. Mas poderia acontecer.

Bem, eu dizia que tinha parado de revelar farsas dos autores mundiais que utilizaram meus serviços de ghost writer. Eu não revelei durante anos, mas ultimamente tenho visto que a multa pelas revelações é bastante pequena. O Dostoievski cobrou apenas 30 rublos por eu ter dito que Os Irmãos Karamazov é um plágio de meu livro Os Irmãos Caras de Pau.

Há muita gente falando que o Saramago morreu de desgosto após eu ter dito que O Ensaio da Cegueira, que representa em sua literatura o que O Alquimista representa na literatura de Paulo Coelho, é um plágio de meu livro O Ensaio da Cegueta, lançado em 1935 pela editora Companhia das Letrosas. O nome da editora é um pouco peculiar, mas entenda. Ela foi fundada por duas irmãs leprosas e estudadas em letras. Uma queria que a editora se chamasse Companhia das Letras – nada tem a ver com a atual editora homônima – e outra queria que se chamasse Companhia das Leprosas. Resolveram misturar:

- Companhia das Leprosas.

Pois bem. Hoje desejo desmascarar dois autores muito reconhecidos em nossa língua: Machado de Assis e Guimarães Rosa. Machado é o que fundou a Academia Brasileira de Letras. Guimarães andava com os bois.

Antes, lembremo-nos de um romance meu do século XIX: Primeiras Estórias Póstumas de Brás Cubas. Este livro causou grande furor no meio literário. Por conta dele, recebi inúmeros convites para festas de 15 anos – é que na época, costumavam convidar grandes autores para participar de festas especiais. Faziam isso também porque minha predileção por bolinhos de queijo ficou famosa – e este era um prato essencial nestas festinhas.

Depois de alguns anos este livro caiu em esquecimento. Não é pela fraca qualidade literária que ele possa ter. Ou então por ser um livro datado. Nada disso. É que nos anos seguintes lancei livros tão espetaculares, que os antigos foram sendo descartados. Entenda: nenhum cérebro humano é capaz de acrescentar muita informação nova sem descartar informação antiga!

Mas Machado de Assis era um rato de biblioteca, como costumam dizer. Isso se deve aos dentes grandes que ele tinha. E também porque passava horas nas bibliotecas do Rio de Janeiro procurando livros raros e lendo alguns. Foi numa tarde cinzenta que ele se deparou com meu Primeiras Estórias Póstumas de Brás Cubas.

Ele achou a primeira parte (Primeiras Estórias) um pouco prolixa e repleta de neologismos. Preferiu a segunda, um pouco mais enigmática e dona de um estilo literário cru e realista. Machado, sabedor do esquecimento cotidiano do brasileiro, copiou esta segunda parte de cabo a rabo, e lançou seu livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Certamente ele tirou o título de uma reflexão minha feita no terceiro parágrafo:

“Esta parte do livro denominada Brás Cubas poderia muito bem ser denominada Memórias Póstumas de Brás Cubas. Eu só não dei este nome porque iria colidir com o primeiro ato do livro, denominado Primeiras Estórias.”

O livro fez grande sucesso na época, e é mui vendido até hoje. Pelo menos é o que a minha professora de primário dizia.

O resto da história você já deve saber. Guimarães Rosa por acaso descobriu meu livro e notou que Machado havia copiado a segunda parte, repito, de cabo a rabo. Ele poderia denunciar o grande escritor. Ele poderia achincalhar o grande escritor. Ele poderia manchar para todo o sempre o nome do grande escritor. Ele poderia mandar o escritor à puta que o pariu. Mas fez melhor. Deixou quieto e copiou a primeira parte, repito de novo, de cabo a rabo, e deu ao livro o nome de:

- Primeiras Estórias!

Sim, senhor.

domingo, 27 de junho de 2010

Este blog voltou

No dia 12 de abril, um texto foi publicado neste espaço dando conta de que eu teria que ser demitido para que este blog voltasse à carga máxima. Pois agora eu lhes digo: este blog voltou à carga máxima!

sábado, 5 de junho de 2010

A propaganda da Skol

Há uns anos, o William Bonner disse que o público do Jornal Nacional é semelhante ao Homer Simpson. Achei engraçado o que o William disse, e muito mais engraçada a reação das pessoas.

Diziam que era um absurdo que o homem por trás do maior telejornal do Brasil pensasse tão pouco dos brasileiros! Pouco?! O Homer, minha gente, é o falso burro. Aquele que é capaz de pensar as maiores idiotices por ignorância ou teimosia – ou os dois –, mas na mesma medida é capaz de saídas geniais e inventivas.

Repito: não sei por que ficaram tão ofendidos. Eu digo a meu pai que ele é o Homer, e ele não se importa. Pelo contrário, se sente muito orgulhoso!

Agora me ocorreu o seguinte: será que o William quis dizer que o público do Jornal Nacional é careca?! Não sei. Vou perguntar depois pelo Twitter.

Mas o que eu quero dizer é que fizeram tanto caso que o William estava diminuindo as pessoas, mas quando nos diminuem pra valer, sem justificativa nenhuma, ninguém fala nada. Um caso me chamou muito a atenção, na propaganda da Skol que agora tem latas falantes.

Como se não bastasse que há um século estão veiculando propagandas tirando sarro dos argentinos, eles caracterizam os personagens argentinos à exaustão. São todos narigudos, testudos e ainda usam a clássica camiseta argentina azul e branca. Até aí, eu compreendo, embora ache um pouco exagerado.

Mas veja só como é a camiseta da Argentina de um dos torcedores nesta propaganda. Isso. Além de o sujeito ser narigudo, ter mullets, ele veste uma camiseta azul e branca escrita ARGENTINA! Porque se não tivesse escrito, a gente acharia que eles fossem italianos ou búlgaros. Veja, com meu fabuloso print screen:


Se o William acha que o telespectador do Jornal Nacional é o Homer Simpson, os publicitários da F/Nasca – que fizeram esta propaganda – acham que o público que vê as propagandas da Skol é simplesmente o Mool:

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Vampeta, o gatinho

Desde que eu abandonei este blog tal qual um jornal que se dá aos cães, penso numa forma de reativá-lo. Na verdade, tenho que ser um pouco mais justo. Estou colocando no blog as frustrações que cabem somente em mim. Este blog nunca foi abandonado. Enquanto tiver este número enorme de pessoas entrando aqui, ele não será abandonado. Ontem entraram seis pessoas, e fiquei felicíssimo.

Mas é sério. Dizer que este blog está abandonado porque não tem sido atualizado é como dizer que abandonaram Shakespeare só porque ele não tem escrito novos livros.

Eu é que abandonei minha própria escrita. Um dia eu hei de morrer. Mas este blog, não. Ele é bastante imortal.

Pois eu tenho pensado seriamente em criar uma série de posts sobre meus gatos. Eu não me sentia tão à vontade para dizer que esses gatos são meus (porque eles eram mais da minha sogra e da minha namorada) até eu conhecer alguns gatinhos que vi nascer. Aí, não tem jeito. São tão meus quanto minhas camisas do Palmeiras ou quanto meu nariz.

Vou tentar iniciar essa série hoje. Se ela não tiver sequência, não haverá problema. Você sabia que O Processo, do Kafka, é somente um fragmento? Eu sei isso porque ele me plagiou. Eu publiquei O Pocesso seis meses antes de Kafka publicar O Processo.

Uma lástima.

Pois o gato que escolhi começar a falar é o Vampeta.

Eu nunca dei muita bola ao Vampeta, porque ele é siamês. É uma falha preconceituosa minha, porque eu não costumo gostar de nada que seja de marca. Não compro um Nike mesmo que ache bonito, não visto um moletom grandão da Adidas mesmo que seja quentinho e não gostava de gato siamês nem se ele gostasse de mim. E eu percebi uma coisa: como são feios os siameses! Mas feios para valer.

E de uma feiúra antipática, porque eu costumo gostar das coisas feias. Veja só que coisa mais séria: eu prefiro os feios. Quando vou comprar um porquinho de barro, procuro o que tem a carinha mais torta. Quando gosto de um jogador, prefiro os Obinas, os Valdívias. A feiúra tem a vantagem da peculiaridade. Porque todos os bonitos se parecem, enquanto os feios são únicos.

Os siameses são os únicos feios que se parecem.

*

Uma vez eu confessei à minha namorada que estava com medo de perder o Chimbinha e o Cid, dois gatos de que gosto para valer. Ela disse que eu ficasse tranquilo, pois se fossem sumir com alguém, sumiriam com o Vampeta, porque ele é siamês.

Eu fiquei muito aliviado. Não gostava dele, mesmo.

*

O nome de Vampeta foi uma escolha rápida e definitiva. Olhei aquela carinha feia, e não tive dúvida: Vampeta.

Mas você nem é corintiano, cara pálida!

Este nome é tão perfeito para este gato, que dei o nome apesar de homenagear um ex-jogador corintiano. Eu não daria o nome se fosse um jogador de quem eu não gostasse quase nada, como o goleiro Ronaldo ou o meio de campo Marcelinho Carioca. Vampeta era muito simpático, e eu gostava dele.

Mas não é uma homenagem direta ao ex-craque do Corinthians. Ele chama Vampeta porque, assim como o jogador corintiano, é uma mistura de vampiro com capeta.

*

Um gato siamês é branco no corpo, mas escurinho nas extremidades. Como essa ovelha:
*

Então comecei desprezando o Vampeta. Sentia raiva dele desde o começo. Ele miava, e aquele som horripilante entrava pelo meu ouvido e dava mil voltas em meu cérebro antes de sair pelo outro.

Ah! E como era pegajoso, esse gato! Ele não percebia minha má vontade, e se esfregava em mim até dormir no meu peito. Eu tossia só para ele sair.

Assim foi até que o Palmeiras jogava contra o Atlético Paranaense, pela Copa do Brasil. Um empate classificaria o Palmeiras, mas o Atlético fez um gol de pênalti. Aí fiquei absolutamente irritado. E o Vampeta veio se esfregar em mim.

Disse um palavrão e o repeli como um spray anti-gatos. Mas a minha namorada disse disfarçadamente:

Você afastando gato? Gato dá sorte!

No desespero, me apeguei a esta crendice, abracei o Vampeta e no minuto seguinte foi gol do Palmeiras. Meu amor por este gato cresceu tão completamente neste momento, que lhe dei um abraço que o fez sair voando. Só fui vê-lo no dia seguinte, enquanto ele comia alguma coisa.

*

O gol que Vampeta proporcionou ao Palmeiras me fez vê-lo pelo jeito certo.

Aliás, Vampeta é como se fosse Portugal. É preciso olhá-lo da forma correta para sentir amor por ele. Dizem que portugueses são burros, chatos e ranzinzas. Não é isso. É a lógica deles que é deveras peculiar. E se soubermos apreciar esta lógica, este jeito, este sotaque, conseguimos admirá-los a todo instante. Uma conversa de português é muito mais engraçada que uma piada de português se olharmos do jeito certo.

Enfim, com Vampeta também é assim. É preciso ver do jeito certo este gato até sacar que ele é bonito, e que o jeito chato dele é bastante carinhoso.

*

E ontem deu meia noite, e eu fui buscar o Vampeta na rua, para que ele dormisse na cadeirinha que comprei para usar o computador, mas que agora é a que ele prefere dormir. Não achei o Vampeta.

Ele não estava com os outros gatos, não estava sob os carros, não estava na rua, não estava no canal, não estava no telhado, não estava nas cadeiras. Eu pedi a Deus que o Palmeiras tomasse mil gols, mas que ele me dissesse onde estava este gato. Sério.

De repente ficou impossível dormir sem o ronco dele. Ficou inadmissível um momento de prazer sem irritar-me com ele. Pesquisei até na internet para descobrir que siamês gosta de carinho no pescoço, e fiquei feliz ao ver que funcionava.

Mas ele não aparecia de jeito nenhum.

Eu já queria chorar, queria bater a cabeça na parede e jurar que não me apegaria mais a nenhum gato, porque eles somem todos.

*

A Juliana abriu a porta e o Vampeta voltou, sem saber de nada.

Eu lhe dei um abraço tão forte, tão grande. Um grito maior que de gol, que o fez sair correndo de novo. Mas eu já tinha fechado a porta do quarto, e ele foi logo dormir na cadeirinha.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Um pouco de auto-ajuda

Resolvi extrapolar. Se este blog já tem milhões de acessos naturalmente, com um post de auto-ajuda, este número multiplicar-se-á aos borbotões.

Eis o seguinte. Vejo que foi só esfriar um pouquinho, para que muitas pessoas se mostrassem preguiçosas e sem vontade de trabalhar. Agora eu faço uma pergunta fatal e fenomenal: se as geladeiras e os congeladores também pensassem assim, quem faria o gelo?!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tem gente que não sabe olhar as horas em relógios analógicos

Estas pessoas mencionadas no título, apesar disso, compram relógios analógicos por acharem-no mais charmoso. Retrô, dizem. Mas eu os encontro na rua, precisando saber que horas são, e elas perdem um tempo danado tentando decodificar o relógio. Isso. Cerca de dois minutos são perdidos nesta operação.

Por isso é que quando essas pessoas me dizem a hora, eu reduzo dois minutos do tempo dito. Se elas dizem que são 10:58, eu sei que na hora que eu perguntei eram 10:56.

É tanto tempo perdido, que quando a resposta chega, eu nem quero mais saber as horas, e esqueço rápidamente.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Aos que têm uma pulga atrás da orelha

Já ouvi muita gente dizer que é ruim matar uma abelha com um tiro de canhão. Parece um pouco desproporcional, talvez, utilizar algo tão grande como uma bala de canhão para matar algo tão pequeno como uma abelha. Quem gosta disso são os americanos, que usam aviões com bombas dentro para tentar matar o Osama Bin Laden.

Mas eu queria falar de uma situação parecida com a pulga atrás da orelha que muito me intriga. Aliás, acordei pensando nisso, e pensei: preciso avisar meus leitores! Mas preciso avisar já, agora!

Pois bem. É para você, amigo que tem uma pulga atrás da orelha. Amigo é modo de dizer. Colega com uma pulga atrás da orelha. Nunca mate esta pulga com uma bala de canhão. Mesmo que você tenha uma mira apurada, a bala de canhão pode ricochetear na pulga e ir parar dentro da sua cabeça, no seu cérebro.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Uma breve e silenciosa volta

Hoje entrei devagarinho neste blog, para ninguém notasse a minha presença, e todos vieram até mim, como que dizendo: “Ele voltou! Ele voltou!”. Cada um que me reconhecia atraía mais umas seis ou sete pessoas novas. E cada uma dessas seis ou sete também diziam que eu voltei, e atraíam mais seis ou sete pessoas novas. Caramba.

Não conseguia me movimentar.

O bigode novo nem adiantou para despistar. Eu dizia: “E o bigode?!”. As pessoas diziam: “Ficou lindo!”. Não era para ficar lindo, era para disfarçar.

Mas o meu ar carrancudo foi se desfazendo e, muito de repente, percebi que aquilo me fazia bem. Sim, o sucesso que tanto reneguei me fazia bem! Não é porque Machado de Assis era famoso também, que eu também seria um mal escritor só por possuir esta característica. Comparar as coisas por apenas uma característica é injusto, ora pois. Seria como dizer que a Gisele Bündchen é tão bonita quanto a Hebe só porque a Hebe tem cabelos louros.

Que Deus me perdoe.

As pessoas se aglomeravam à minha volta, perguntavam dos planos novos, e infelizmente eu não tinha uma palavra para lhes dizer. Nada. Nenhum projeto, nenhuma semente para plantar uma árvore. Eu não tinha nem o alicate no meu bolso que eu costumo levar por ter ouvido uma vez que um homem prevenido vale por dois.

Aliás, eu disse que não tinha nenhuma palavra? Mentira! Eu tinha, sim. Eu disse um misterioso “até logo” para que pensassem que a volta pudesse estar próxima, como se notícias novas estivessem a caminho. Mas não.

Eu só fiz assim porque vi num filme.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A minha ausência

Não precisa ser um Einstein para perceber que há mais de dois meses, não há um único texto novo neste blog. Houve até um protesto na Coreia do Norte - eles achavam que era o governo censurando o blog. O nível da internet brasileira e mundial caiu muito por causa disso. As ações do Google, também.

Mas não pense que este é um post da salvação. Pelo contrário. Este é o post da resignação. Porque venho dizer que não tenho escrevido neste espaço por um grande motivo: estou escrevendo em outro. Quer que eu revele onde?

- Por favor!

Está bem. Só falarei porque você foi educado. Eu estou escrevendo no www.elcabriton.wordpress.com . O El Cabriton y Amigos gostou deste blog, e me chamou para fazer o blog dele. Fontes indicam que há até dinheiro envolvido na parada! Grana, bufunfa, cascalho, money, dim-dim, bagulho, chinfre, cobres, prata, tostão. Isso mesmo. Dinheiro na conta. E por isso, não escreverei aqui enquanto escrever lá.

Se o leitor quiser que eu volte a atuar neste espaço, é melhor torcer para que eu seja demitido. Ou então, talvez seja melhor forçar uma situação. Não sei, talvez valha a pena inventar uma mentira, dizer que eu sou, na verdade, um dentista jamaicano que mal sabe falar português. Isto não causaria de antemão a minha demissão, porque na Jamaica há ótimos dentistas blogueiros. Mas quem sabe, a longo prazo, isto não demonstre uma quebra de confiança que leve os editores daquele blog a me demitir?!

Não sei. É uma possibilidade.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Os defeitos do Obama – uma reflexão

Caro leitor. Veja você mesmo como são as coisas. Há dois meses, quando postei pela última vez neste blog, era preciso que eu enumerasse os defeitos do Obama, porque a nossa sociedade só era capaz de nele ver qualidades.

Houve quem se indignasse quando eu disse que ele fuma. Mas aí veio a foto confirmando. Recebi ataques também de gente braba reclamando que um defeito dele fosse colocar a popularidade à frente da própria família. Ora. Ele era uma unanimidade. Por isto, este blog ganhou um caráter quase revolucionário, somente por apontar-lhe os defeitos.

Agora, dois meses mais tarde, bastante coisa aconteceu. Ele perdeu as Olimpíadas para um país de Terceiro Mundo. Mandou novos soldados para o Afeganistão logo após ter ganho o prêmio Nobel da Paz, como a minha avó que xinga o mendigo assim que põe o pé para fora da Igreja. E, porque desgraça vem sempre em avalanche, fracassou retumbantemente em Copenhagen, parecendo mais o Bush travestido de Obama.

Isso mesmo. Agora, se eu quisesse ser revolucionário, deveria apontar as qualidades dele. Porque ele tem tomado atitudes tão surpreendentes, que só somos capazes de ver nele os... defeitos!

E assim termina esta seção. Porque o que antes eu me esforçava para demonstrar, hoje é visto a olhos nus por qualquer um que vislumbre aquele homem grande, bonito, inteligente, charmoso, mas nazista.